6 dados sobre a implantação embrionária que qualquer casal que queira engravidar deve conhecer

6 dados sobre a implantação embrionária que qualquer casal que queira engravidar deve conhecer

Artigo de Carlos De Bonrostro Torralba. Ginecologista la Unidade de Reprodução Assistida de Quirónsalud Zaragoza

A implantação embrionária é o maior desafio que enfrenta atualmente a Reprodução Assistida.

Apresentamos seis dados relacionados com implantação embrionária que qualquer casal que deseje engravidar (espontaneamente ou utilizando técnicas de Reprodução Assistida) deve ter em mente para entender a complexidade deste fenómeno.

 

A implantação: é algo a dois?

O embrião e o endométrio são os dois principais atores deste fenómeno biológico. O sucesso dessa interação levará à tão desejada gravidez, que ocorrerá em caso de um equilíbrio adequado entre todos os fatores envolvidos (hipotálamo-hipófise, ovário, endométrio e embrião). Todos eles emitem substâncias com funções específicas no decorrer da implantação, que atuam sobre o embrião e endométrio. Estrogénios, progesterona e FSH são os mais conhecidos, embora outras moléculas (PP-14, integrinas, PAPP-A, IGFBP-1, ...) sejam essenciais para o culminar do processo de implantação.

 

A mulher: o epicentro da implantação

O papel da mulher é particularmente importante na interação adequada entre o embrião e o endométrio. Por um lado, a mulher contribui para a genética do embrião fornecendo uma célula essencial: o ovócito, que fornecerá 50% da informação genética desse embrião, cuja integridade dependerá o alcançar de uma gravidez bem-sucedida. Por outro lado, o útero da mulher (mais especificamente, o endométrio) fornecerá o leito onde o embrião se deve implantar, obtendo os nutrientes necessários para o seu desenvolvimento a partir da circulação sanguínea do útero materno.

 

A saúde dos pais, chave do sucesso

A saúde dos progenitores é essencial para o sucesso da implantação. O consumo de tabaco, álcool ou uma alimentação inadequada tem sido associado a piores resultados reprodutivos.

A existência de doenças crónicas na mulher (como hipertensão ou diabetes) requer uma monitorização rigorosa para iniciar a gravidez no momento de maior controlo da enfermidade, um facto que potenciará a evolução positiva da gestação.

 

Progesterona: a hormona da implantação

Casais que foram submetidos a tratamento de fertilidade conhecem a importância desta hormona para o sucesso da técnica. A progesterona é produzida, em condições normais, no ovário, numa estrutura denominada corpo lúteo, que surge após a ovulação. Em algumas situações, pode ser insuficiente para um processo de implantação adequado, portanto deve ser complementada com preparados farmacológicos, como no caso dos tratamentos de Reprodução Assistida. A sua utilização está associada a um aumento considerável nas taxas de implantação e gravidez em tratamentos como a FIV (fertilização in vitro).

 

Quando a gravidez não chega

A falha na implantação é um diagnóstico que ocorre quando, após a transferência de múltiplos embriões de boa qualidade, a gravidez não acontece. Trata-se de uma situação é dramática para casais submetidos a tratamentos de fertilidade. Nestes casos, o papel do especialista em Reprodução Assistida torna-se essencial para apoio e aconselhamento durante todo o processo. A avaliação minuciosa de cada caso pode ajudar a identificar e modificar os fatores embrionários ou endometriais que estão a causar um impacto negativo nos resultados.

 

Avanços na investigação

Os progressos são constantes na área da Medicina Reprodutiva. Atualmente, estão a ser estudados fatores genéticos, imunológicos e infeciosos que podem interferir no fenómeno da implantação. Apesar disso, existem muitas áreas em que ainda são necessárias mais evidências científicas para oferecer novos tratamentos e melhorar o potencial de implantação em casais submetidos a tratamentos de fertilidade. Como vimos, a implantação embrionária é um evento multifatorial que, apesar dos progressos, permanece um mistério em muitos casos. Por esse motivo, a investigação dos mecanismos relacionados com o início da gravidez é essencial para atingir o objetivo que os profissionais de Reprodução Assistida partilham com os casais que desejam algum dia ser pais.

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